sábado, 30 de julho de 2011

Cientistas criam rede molecular “inteligente” DNA

Moléculas de DNA foram usadas para criar inteligência artificial
Representação de uma cadeia de DNA

Um importante passo em direção à Inteligência Artificial e ao apocalipse tecnológico foi dado por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech). Uma equipe liderada pelo bioengenheiro Lulu Quian conseguiu criar uma rede neural artificial usando moléculas de DNA, e essa rede conseguiu responder satisfatoriamente a uma brincadeira de perguntas e respostas.

Antes da evolução dos cérebros e das redes de neurônios, organismos unicelulares já eram capazes de desenvolver uma forma limitada de inteligência: moléculas interagiam entre elas e levavam esses organismos a buscar comida e evitar toxinas. Isso levou os cientistas a usar as moléculas de DNA como base para os testes.

O experimento pode parecer um pouco complicado, mas o site do Discovery Channel traduz:

“A eqiupe criou quatro neurônios extremamente simplificados em tubos de teste compostos de 112 cadeias de DNA, com cada cadeia programada com uma sequência específica para interagir com as outras cadeias. A interações resultaram em dados de saída, imitando as ações dos neurônios disparando informações. Para conseguir enxergar o DNA disparando, os cientistas usaram um marcador molecular fluorescente, que acendia quando ativado”.

O jogo consistia em uma série de perguntas cujas respostas permitiam identificar um dos quatro cientistas envolvidos no estudo. Foram usadas 27 combinações possíveis de respostas para as perguntas; a rede artificial acertou todas elas.

O resultado do experimento foi publicado na revista Nature, no dia 21 de julho.

Fonte: DiscoveryNews, Caltech

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sábado, 16 de julho de 2011

Técnica permite reescrever DNA em ser vivo


São Paulo – Uma nova tecnologia desenvolvida nos Estados Unidos permite editar o DNA em seres vivos, alterando o genoma das células sem danos ao organismo.

O feito realizado em conjunto pelo Massachusetts Institute of Technology e a Universidade de Harvard foi bem sucedido em linhagens da bactéria E.coli, mas pode abrir caminho para uma série de novos experimentos.

A tecnologia que pode ser usada para reescrever o código genético de um ser vivo foi publicada hoje na Science, uma das mais renomadas revistas científicas do mundo. Ela é fruto de sete anos de pesquisa dos laboratórios de Joseph Jacobson, dos MIT, e George Church,de Harvard.

O processo pode ser descrito como similar à função “localizar e substituir”, do software Word: ele encontra uma sequencia específica no DNA e a reescreve, substituindo-a por outra.

O DNA é composto por longas cadeias de “letras” – A,T, C e G, cada uma representando uma base nitrogenada. A combinação dessas diferentes letras é como uma receita que a célula segue na hora de produzir uma proteína: cada sequencia diz ao corpo que ele deve unir aminoácidos específicos que, juntos, formam uma proteína.

Essa receita funciona com trechos de 3 letras- cada trecho é chamado de “códon” e há, ao todo, 64 códons. Em praticamente todas as células vivas, as mesmas sequencias são usadas para traduzir essas proteínas. Embora a maioria deles represente um aminoácido, alguns são responsáveis por dizer à célula para parar de adicionar aminoácidos na cadeia de proteína.

O que os pesquisadores de MIT e de Harvard fizeram foi focar os esforços em um desses códons de “parada” – ele consiste nas letras TAG. No DNA das bactérias E.coli, essa sequencia TAG se repete apenas 314 vezes, o que a torna um bom teste para substituições.

Primeiro, eles usaram uma tecnologia que permite localizar sequencias de DNA especificas e as substituir com uma nova sequencia. Isso é feito no momento em que a célula copia o seu DNA para reprodução. No caso, eles substituíram o códon TAG por outro, o TAA.

Para o processo ser mais manejável, eles criaram 32 linhagens (grupos) de E.coli, cada uma com 10 sequencias TAG já substituídas por TAA. Para chegar às 314 substituições, eles desenvolveram essa nova técnica que os permite controlar o processo que as bactérias usam para trocar material genético.Uma bactéria constrói uma extensão sua até sua célula vizinha, e passa uma parte de material genético. No caso, a linhagem modificada passa o codon TAA.

Eles criaram um sistema em que cada linhagem compartilha seu DNA com uma outra. Depois do primeiro “round”, havia 16 linhagens, cada uma com o dobro de códons de TAG editados do que no início. O processo continuou até se chegar a quatro linhagens, cada uma com cerca de ¼ de todos os códons TAG substituídos por TAA.

No momento, os pesquisadores estão a caminho de produzir uma linhagem com todas as 314 substituições.

Uma das partes mais importantes do trabalho é o fato da substituição ter sido feita em uma célula viva, que continuou funcionando e se reproduzindo normalmente.

Uma vez que a etapa de substituição estiver concluída, a equipe pode partir para o próximo passo, que é pensar em criar células capazes de produzir uma nova proteína. A técnica também permite que as bactérias criadas em laboratório tenham algum tipo de mecanismo que as impeça de trocar material genético com as bactérias comuns.

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sábado, 2 de julho de 2011

Dedé Santana... Pedi a Deus para não morrer, revela humorista evangélico

Há um mês, durante uma gravação de A Turma do Didi, Dedé Santana, 75 anos, sentiu-se mal. Sentiu a vista escurecer e foi encaminhado para o hospital Barra D’or, no Rio. Vítima de uma verticulite no intestino grosso, o humorista sentiu medo da morte, de não poder ver mais os oito filhos, oito netos e a mulher.

Para superar tudo isso, ele conta que se apegou à fé, à Bíblia – que, garante, há 16 anos norteia a sua vida – e às palavras do amigo Renato Aragão. Em entrevista exclusiva, Dedé falou ao JT sobre o drama e do tempo em que fazia parte de Os Trapalhões. Histórias, aliás, que ele reunirá no livro Eu e Meus Amigos Trapalhões, que deve ser lançado no mês que vem.

Como está sendo voltar ao trabalho, depois do susto?
Tem sido maravilhoso. Cheguei na Globo e meu camarim estava cheio de flores. Tem males que vêm para o bem. Todo mundo me recebeu de braços abertos.

O Renato Aragão foi visitar você no hospital alguma vez?
Sim. Ele deu um jeito, entrou na CTI e falou: “Meu irmão, você vai sair dessa.” Quando ele quebrou o nariz (em abril de 2010), eu também consegui entrar no hospital em que ele estava e falei para o médico dele: “Doutor, não dá para você me operar de qualquer coisa só para eu poder ficar aqui com ele?”. A gente sempre foi assim.

Nessa sua internação, você chegou a sentir medo de morrer?
Eu senti medo do pior. Fiquei com medo de morrer e não poder ver minha mulher e meus filhos. Achei que eles não chegariam a tempo de Santa Catarina.

E nessa espera por eles e por uma melhora, ficou rezando?
Sim. Eu sou evangélico. Então, me peguei muito a Deus. Eu sou muito conformado com as coisas que Deus faz, viu? Mas, nessa hora, eu pedi para não morrer. Foi difícil, mas minha família me apoiou muito, o tempo todo.

E sua família é bem grande.
É verdade. Grande demais (risos). Eu tenho oito filhos e oito netos. Teve um dia que eu cheguei numa rádio, no interior da Bahia, e o cara falou: “Rapaz, você gosta muito de criança”. Eu olhei para ele e respondi: “Não, meu caro. Eu gosto muito da minha mulher”.

Então, aos 75 anos, você ainda gosta muito de namorar?
Sim! Estamos juntos há 20 anos.

E quer ter mais filhos?
Eu até queria ter mais, mas minha mulher (Christiane Bublitz, ex-rainha da Oktoberfest Santa Cruz do Sul) não. Mas apesar de adorar criança correndo pela casa, na verdade eu não fui muito bom para os meus filhos, sabe?

Você foi um pai ausente?
Um pouco. Eu ficava muito fora, né? A gente (Os Trapalhões) chegou a fazer uns três filmes por ano. Agora é que eu tenho ficado mais com eles. E, hoje, eu também sou um homem mais sossegado. A igreja fez bem para mim, sabe? Minha conversão se deu porque eu fui salvo no hospital por Jesus. Ali (há 16 anos), eu sosseguei o rabo. Eu era muito namorador…

Mas porque você foi para o hospital nessa época?
Porque eu tive um problema no coração. Na verdade, eu não tinha religião. Eu era maria vai com as outras. Alguém me falava: “Vamos numa sessão espírita?” Eu ia. “Vamos na macumba?” Eu ia. Mas sempre acreditei em Deus.

E agora você está sossegado e ganhando tão bem quanto na época de ‘Os Trapalhões’?
Não é assim. Não ganho igual. Antes, a gente tinha contrato com montadoras de bicicleta, fazíamos filmes, era muita renda…

Na época do grupo você conseguiu ficar rico?
Não. Eu sou muito mão aberta e não gosto de falar isso, porque fico colocando azeitona na minha empada. Mas posso dizer que tive grandes emoções nessa vida e isso foi o que valeu. Minha única queixa dessa carreira é que dirigi uns 70 filmes na vida e nunca fui convidado para um Festival de Cinema. Depois que eu morrer, não adianta me homenagearem.

Ontem, você disse que estava indo para o Rio. Onde reside?
Estou morando em Itajaí (SC). Eu fui para lá há seis anos, quando fui contratado pelo Beto Carreiro para fazer apresentações no parque dele. Aí, quando o Beto faleceu, o Didi me ligou para eu vir para a Globo. Foi um presente!
Por qual motivo?
Porque eu queria trabalhar outra vez com o Renato (Aragão). Esse foi o segundo grande presente que ele me deu. O primeiro foi um curso de direção em São Paulo e a chance de dirigir os filmes de Os Trapalhões. Por isso, não queria morrer e estar longe dele.

E como o conheceu?
Eu trabalhava num teatro no Rio e o Arnaud Rodrigues, que escrevia para o Chico Anysio, me viu e falou de mim para o Renato, que procurava um companheiro. Como eu saltava e fazia até oito números de circo, gostaram de mim.
Eu cheguei a participar até do globo da morte. Então, quando conheci o Didi deu super certo e nunca mais nos largamos.

Mas Dedé, vocês não haviam brigado? Explique melhor isso…
Imagina! Nós nunca brigamos. A gente se falava pouco, em datas especiais: aniversário, Natal… Mas a gente sempre se ligava.

Então, nunca existiu um ego maior da parte do Renato?
Não. Nunca houve. Quando os outros vieram (Zacarias e Mussum), eles sabiam que ele era o líder, o cara que escrevia. A primeira vez que peguei o texto dele eu falei: “Rapaz, se um dia você conseguir fazer o que você escreve, você vai ser o maior humorista do Brasil”.

Foi você quem levou o Mussum para o grupo? Como foi isso?
Sim. Eu o conhecia do grupo Os Originais do Samba. Ele não queria ser humorista, sabia? Ele dizia: “Eu sou tocador de reco-reco, meu cumpade”. Mas eu o convenci.

É verdade que vocês quatro chegaram a morar juntos?
A gente vivia mais junto do que com a nossa família. Os Trapalhões viviam juntos. Viajamos o Brasil, fomos para Marrocos, Angola e EUA. Era tão bom, dávamos tantas gargalhadas. A maior diversão sempre era o Renato.

O que ele fazia?
Às vezes, ele amarrava a roupa de um na do outro. No meu caso, ele enchia os bolsos de manga, porque sabia que eu gostava da fruta. Ele nunca desanimava. Eu, na verdade, era o mais mal-humorado da turma. O Mussum fazia farra e o Zacarias era o conselheiro.

Como foi perdê-los?
Muito difícil. Eu e o Renato até pensamos em largar a TV. Mas eu aprendi desde cedo que o espetáculo tem de continuar. Uma vez, eu e minha família organizamos um espetáculo de circo em Santos, com tudo fiado. E, horas antes de estrearmos, meu pai foi atropelado e morreu. Pensamos em desistir de tudo, mas estávamos com os ingressos vendidos. Lembro que eu e meu irmão, Dino Santana, velávamos o meu pai lá atrás do circo e na frente, no picadeiro, fazíamos palhaçada…

E além dessa dificuldade, passou por outras para entrar na TV?
Muitas. Passei fome aqui no Rio de Janeiro e dormi nas praias. Quem me ajudou foi um baiano que tomava conta de um teatro no Posto 6. Eu o ajudava a fazer a limpeza e ele me pagava comida. Enquanto isso, eu mentia para a minha família. Dizia que estava indo bem na carreira de diretor de cinema que eu tanto sonhava.

Data: 28/6/2011 08:30:16 
Fonte: JT

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