segunda-feira, 23 de abril de 2012

Álcool mata mais do que aids, tuberculose e violência

Cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem todo ano em decorrência do vício
Abuso do álcool: cerca de 11% das pessoas que consomem bebida alcoólica têm, ao menos, um episódio de bebedeira por semana
Abuso do álcool: cerca de 11% das pessoas que consomem bebida alcoólica têm, ao menos, um episódio de bebedeira por semana (Stockbyte/Thinkstock)
Cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem todos os anos de causas decorrentes do consumo de álcool
O álcool é responsável por 4% de todas as mortes no mundo. De acordo com o relatório Global Status Report on Alcohol and Health (Relatório da Situação Global sobre Álcool e Saúde), divulgado pela Organização Mundial de Saúde nesta sexta-feira, cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência do consumo de álcool – número maior que as mortes causadas pela aids, tuberculose ou violência física. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, as maiores causas de morte são problemas cardiovasculares e o câncer, duas doenças relacionadas ao vício.
Segundo os dados levantados pela organização, o aumento da renda per capita tem alavancado o consumo de bebidas alcoólicas em países altamente povoados na África e na Ásia, como a Índia a África do Sul. O consumo excessivo, no entanto, tem se tornado um problema também nos países desenvolvidos, que sofrem com o crescimento das taxas de acidentes de trânsito, da violência, de doenças, da negligência infantil e do absentismo no trabalho.
“O uso prejudicial do álcool é especialmente fatal para os jovens, além de ser a causa principal de morte em homens entre 15 e 59 anos”, afirma o relatório. Os índices atingem o ápice na Rússia, país onde a cada cinco mortes uma tem como causa o consumo excessivo de álcool. E esse consumo exagerado, que frequentemente leva a comportamentos de risco, tem se mostrado prevalente, principalmente, no Brasil, Casaquistão, México, Rússia, África do Sul e Ucrânia. Em países com população predominante de muçulmanos, entretanto, os índices de consumo estão entre os mais baixos da pesquisa.
Consumo - Em todo o mundo, cerca de 11% das pessoas que bebem têm ao menos um episódio de consumo excessivo por semana. Dentro desse contexto, os homens são os campeões: para cada mulher que abusa da bebida, quatro homens fazem o mesmo.
A produção caseira ou ilegal de bebida alcoólica é responsável por 30% do consumo mundial entre adultos. Algumas dessas bebidas, uma vez que não seguem padrões estabelecidos de produção, são tóxicas. Segundo o relatório da ONU, as maneiras mais efetivas de barrar o consumo exagerado, especialmente entre adolescentes, são aumentar os impostos sobre o produção, regulamentar níveis alcoólicos permitidos para motoristas e dificultar o acesso à bebida, com limitação de idade para compra.
Doenças e danos – Segundo dados publicados pela ONU em 2004, o álcool já era considerado o principal causador de 60 tipos de doenças e ferimentos. Entre a lista de mazelas causadas pela bebida estão cirrose, epilepsia, envenenamento e diferentes tipos de câncer – entre eles, câncer colorretal, mama, laringe e fígado.
(Com agência Reuters)


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