Sobre o amor
Há os que amam loucamente, mas não sabem amar.
Amam um pouco, mas sabem amar.
Não amam, mas sabem amar.
Amam e sabem amar.
Sabem de amor, mas não sabem amar.
Sabem amar, mas não sabem de amor.
Amam e sabem de amor, mas não sabem amar.
Amam e não sabem de amor, nem sabem amar.
Amam e não sabem de amor, mas sabem amar.
Não amam, sabem de amor e não sabem amar.
Não amam, não sabem de amor e não sabem amar.
Amam, sabem de amor e sabem amar.
E por aí começa a confusão da relação amorosa. Seria simples se tudo se resumisse a: “Eu te amo. Você me ama?” “Sim, te amo.” Seriam felizes para o resto da vida.
Mas quando tal diálogo acontece e duas pessoas percebem que se amam. As dúvidas e a confusões não terminam. Simplesmente começam!
Não está disposto na lei da vida que duas pessoas que se amam, sabem amar. Que uma delas não saiba olhar a relação rolando pela ribanceira! O normal é as duas não saberem. O raro é as duas saberem, escassos exemplos de relação em que a maturidade não interfere na intensidade. O habitual é uma saber e aguentar o rojão pela outra.
Amar quase sempre atrapalha a sabedoria do amor. Porque amar é um sentimento de necessidade nem sempre atendidas, de carência compensada, doação exercida ou entrega salvadora. E isso é intenso demais para coabitar com a sabedoria do amor.
O Saber amar!
Quanta gente prefere viver com alguém que sabe amar mesmo que não o ame!
Quanto amor pode brotar da relação com quem sabe amar!
Quem sabe amar, pode até realizar o milagre de acabar recebendo o amor de quem não o ama, ou ama e não sabe, porque quem sabe amar conhece a linguagem adormecida no outro, em estado de conto de fadas, carência, infância, flor ou adivinhação.
Sabe amar quem sabe o outro sem deixar de ser quem é.
Saber amar é conhecer o amor como forma de arte.
O amor é apenas um sentimento. Mas saber amar é uma criação, uma estética do amor. Saber amar tanto é a flor na hora certa, como o presente fora de hora ou a compreensão do desamor, do cansaço e dúvida passageira.
Mas é, com segurança absoluta, o olhar fundo do sentimento, o carinho preciso, a mão firme, a pele dialogando de igual para igual, gritando ou sussurrando conforme a hora; é a temperatura da paz recobrada.
Saber amar, não é a aceitação passiva do outro. É a existência ativa do amor latente, real ou adivinhado.
Saber amar implica conhecer virtudes que o amor agudo não sabe: esperar, deixar fluir, não invadir as dúvidas, não abafar nem impedir (ainda que com carinho) que a outra parte ejete à tona a angústia ou a dor.
Quem ama desama junto.
Quem sabe amar suporta esse desamor, se é passageiro, é claro, porque quem sabe amar conhece a medida exata dos orgulhosos que valorizam o amor.
Nada é pior que a desistência de quem sabe amar, do que o ferimento ou a indiferença provocados em quem sabe amar.
Quem ama tolera ser maltratado.
Quem sabe amar, jamais.
Este jamais permanecerá com quem maltrata, porque quer ser maltratado. Quem ama, quando cansa, pode voltar amar. Quem sabe amar, quando desliga é para sempre. E mais fácil afrontar a quem ama (um estado no qual todos ficamos meio sem caráter) do que a quem sabe amar.
Este conhece tanto a importância de seu sentimento, que quando o retira, machucado, incompreendido ou ferido de morte, é para sempre.
Quem ama é mais inocente do que quem sabe amar.
Mas quem sabe amar é capaz de maldades maiores, a partir do momento em que desiste.
Desiste de saber amar, porque pode até continuar amando.
Cuidado com quem ama! Mas cuidado maior com quem sabe amar!
Quem perde um amor perde muito menos do que quem perde alguém que sabe amar.
Saber amar não é depender. Não é ser servil. Não é viver agradando. Não é fazer o que o outro quer. Saber amar é ter as reações certas, de reação e crítica; é ocupar todo o espaço e no tempo do sentimento e da emoção do outro.
Saber amar é aquela parte que, partindo do amor, procura (até encontrar) a parte do outro que um dia saberá amar. E a encontrando tem paciência, afeto e tolerância com ela. A menos que descubra que ela não merece.
Porque saber amar é também ter a coragem das renúncias, bravura que raramente tem quem apenas ama.
Texto adaptado de Arthur da Tavóla
Há os que amam loucamente, mas não sabem amar.
Amam um pouco, mas sabem amar.
Não amam, mas sabem amar.
Amam e sabem amar.
Sabem de amor, mas não sabem amar.
Sabem amar, mas não sabem de amor.
Amam e sabem de amor, mas não sabem amar.
Amam e não sabem de amor, nem sabem amar.
Amam e não sabem de amor, mas sabem amar.
Não amam, sabem de amor e não sabem amar.
Não amam, não sabem de amor e não sabem amar.
Amam, sabem de amor e sabem amar.
E por aí começa a confusão da relação amorosa. Seria simples se tudo se resumisse a: “Eu te amo. Você me ama?” “Sim, te amo.” Seriam felizes para o resto da vida.
Mas quando tal diálogo acontece e duas pessoas percebem que se amam. As dúvidas e a confusões não terminam. Simplesmente começam!
Não está disposto na lei da vida que duas pessoas que se amam, sabem amar. Que uma delas não saiba olhar a relação rolando pela ribanceira! O normal é as duas não saberem. O raro é as duas saberem, escassos exemplos de relação em que a maturidade não interfere na intensidade. O habitual é uma saber e aguentar o rojão pela outra.
Amar quase sempre atrapalha a sabedoria do amor. Porque amar é um sentimento de necessidade nem sempre atendidas, de carência compensada, doação exercida ou entrega salvadora. E isso é intenso demais para coabitar com a sabedoria do amor.
O Saber amar!
Quanta gente prefere viver com alguém que sabe amar mesmo que não o ame!
Quanto amor pode brotar da relação com quem sabe amar!
Quem sabe amar, pode até realizar o milagre de acabar recebendo o amor de quem não o ama, ou ama e não sabe, porque quem sabe amar conhece a linguagem adormecida no outro, em estado de conto de fadas, carência, infância, flor ou adivinhação.
Sabe amar quem sabe o outro sem deixar de ser quem é.
Saber amar é conhecer o amor como forma de arte.
O amor é apenas um sentimento. Mas saber amar é uma criação, uma estética do amor. Saber amar tanto é a flor na hora certa, como o presente fora de hora ou a compreensão do desamor, do cansaço e dúvida passageira.
Mas é, com segurança absoluta, o olhar fundo do sentimento, o carinho preciso, a mão firme, a pele dialogando de igual para igual, gritando ou sussurrando conforme a hora; é a temperatura da paz recobrada.
Saber amar, não é a aceitação passiva do outro. É a existência ativa do amor latente, real ou adivinhado.
Saber amar implica conhecer virtudes que o amor agudo não sabe: esperar, deixar fluir, não invadir as dúvidas, não abafar nem impedir (ainda que com carinho) que a outra parte ejete à tona a angústia ou a dor.
Quem ama desama junto.
Quem sabe amar suporta esse desamor, se é passageiro, é claro, porque quem sabe amar conhece a medida exata dos orgulhosos que valorizam o amor.
Nada é pior que a desistência de quem sabe amar, do que o ferimento ou a indiferença provocados em quem sabe amar.
Quem ama tolera ser maltratado.
Quem sabe amar, jamais.
Este jamais permanecerá com quem maltrata, porque quer ser maltratado. Quem ama, quando cansa, pode voltar amar. Quem sabe amar, quando desliga é para sempre. E mais fácil afrontar a quem ama (um estado no qual todos ficamos meio sem caráter) do que a quem sabe amar.
Este conhece tanto a importância de seu sentimento, que quando o retira, machucado, incompreendido ou ferido de morte, é para sempre.
Quem ama é mais inocente do que quem sabe amar.
Mas quem sabe amar é capaz de maldades maiores, a partir do momento em que desiste.
Desiste de saber amar, porque pode até continuar amando.
Cuidado com quem ama! Mas cuidado maior com quem sabe amar!
Quem perde um amor perde muito menos do que quem perde alguém que sabe amar.
Saber amar não é depender. Não é ser servil. Não é viver agradando. Não é fazer o que o outro quer. Saber amar é ter as reações certas, de reação e crítica; é ocupar todo o espaço e no tempo do sentimento e da emoção do outro.
Saber amar é aquela parte que, partindo do amor, procura (até encontrar) a parte do outro que um dia saberá amar. E a encontrando tem paciência, afeto e tolerância com ela. A menos que descubra que ela não merece.
Porque saber amar é também ter a coragem das renúncias, bravura que raramente tem quem apenas ama.
Texto adaptado de Arthur da Tavóla
Nenhum comentário:
Postar um comentário