Segundo pesquisa, ascensão se concentrou no Sudeste
e no Nordeste. Ipea caracteriza renda individual de R$ 465 ao mês como
'classe alta'.
O número de brasileiros que ascenderam socialmente
entre 2005 e 2008 – passando da classe baixa para a média e da classe
média para a alta – foi de 18,5 milhões de pessoas entre 2005 e
2008, de acordo com pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea) divulgada nesta quinta-feira (5).
De acordo com o órgão ligado ao governo federal, 7
milhões de pessoas passaram para a classe média no período e 11,5 milhões de
pessoas ingressaram na classe alta. A pesquisa foi feita principalmente com
dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A metodologia usada pelo Ipea foi usar dados de 2001 para dividir a
população em três grupos com o mesmo número de pessoas e verificar qual era a
renda máxima em cada grupo.
Segundo a classificação, o primeiro grupo, da
classe baixa, ficou com renda de até R$ 188 por pessoa (em valores de 2008, ou
seja, atualizados pela inflação) por mês; o segundo grupo, ou classe
média, tem renda de entre R$ 188 e R$ 465; e o terceiro grupo, a classe alta,
com renda de mais de R$ 465 por pessoa.
O Ipea então calculou os valores equivalentes a
esses para cada ano, de 1995 a 2008, e verificou quantas pessoas entraram e
saíram de cada grupo, por esse critério de renda, em cada ano.
O segmento de baixa renda representava 34% da
população em 1997, número que passou para 26% em 2008, a menor participação
desde 1995.
Já o segundo grupo, a classe média, representava
21,8% da população em 1995, expandindo-se até alcançar 37,4% da população em
2008. A classe alta, que era 35,8% da população em 1998, também aumentou sua
participação até representar 36,6% dos brasileiros em 2008.
Perfil
O Ipea também fez um perfil dos indivíduos que
passaram de uma classe a outra, ou seja, que tiveram ascensão social, entre
2001 e 2008. Pela metodologia usada, a passagem de um grupo a outro significa
também que a renda do indivíduo cresceu mais que a renda média da população no
período, que foi de 19,8%.
Na passagem da classe baixa para a classe média, pessoas do Sudeste
(36,3%) e do Nordeste (34,1%) foram a maioria. Já na passagem da classe média
para a classe alta, as regiões com maior participação foram a Sudeste (51,2%) e
Sul (18,1%).
Entre os que passaram do grupo de renda mais baixa ao grupo médio, 19,8% vivem no campo, enquanto 80,3% vivem em cidades. Na passagem do grupo médio para o grupo de renda mais alta, porém, a diferença se acentua: 90,6% estão na cidade, enquanto só 9,4% vivem no campo.
Mas na passagem para a classe alta, os trabalhadores com carteira assinada se destacaram, sendo 44,8% do total, enquanto os com emprego sem carteira assinada eram 20,4% do total. Com participações menores no total de indivíduos que fizeram as duas passagens estão outros tipos de trabalhadores, como os por conta própria, servidores públicos, empregadores e não-remunerados.
Fonte: G1
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Fonte: G1
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